Como o estresse pode entupir as artérias 

Pesquisa recente mostra que ficar estressado é um dos componentes de risco para problemas cardíacos sérios. Entenda.

Pesquisa recente mostra que ficar estressado é um dos componentes de risco para problemas cardíacos sérios. Entenda.

Uma matéria da revista Science desta semana revela que o estresse é uma das causas do entupimento das artérias. Há uma razão para as pessoas dizerem “acalme-se ou você vai ter um ataque cardíaco”, todo o problema vem do estresse, provocado pelo trabalho, dinheiro, ou problemas de relacionamento, que são suspeitos de aumentar os riscos de ataques cardíacos. Pesquisadores estão estudando roedores, a fim de encontrar uma explicação de como, em nível fisiológico, o estresse de longo prazo pode pôr em perigo o sistema cardiovascular. Ela gira em torno de células imunitárias que circulam no sangue.

Essa nova descoberta é “surpreendente” dizem os médicos. “A ideia é que o estresse psicossocial crônico está associado com doenças cardiovascular que está aumentando entre os humanos, e o que falta é um mecanismo”, observam os médicos.

A matéria relata ainda que estudos epidemiológicos têm mostrado que as pessoas que enfrentam muitas situações de estresse, aquelas que sobrevivem a desastres naturais, aqueles que trabalham longas horas, são mais propensas a desenvolver aterosclerose, o acúmulo de placas de gorduras no interior dos vasos sanguíneos. Além de gorduras e colesteróis, as placas contêm monócitos e neutrófilos, células do sistema imunológico que causam a inflamação das paredes dos vasos sanguíneos. E quando as placas se soltam das paredes onde estão alojadas, elas causam bloqueios mais radicais em outros lugares, que levam a um acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco.

Estudando o efeito da unidade de terapia intensiva estressante (UTI) em médicos residentes, biólogos da Havard Medical School, em Boston, descobriram recentemente que as amostras de sangue colhidas quando os médicos estavam mais estressados, apresentaram os maiores níveis de neutrófilos e monócitos. Para sondar se esses glóbulos brancos, ou leucócitos, são o elo que faltava entre o estresse e a aterosclerose, agora os biólogos vão fazer os experimentos em camundongos.

A equipe expos os camundongos por até 6 semanas a situações de estresse, incluindo a inclinação de suas gaiolas, em rápida alternância de luzes. Em comparação com os camundongos que não sofreram estresse, os níveis de neutrófilos e monócitos estavam alto no sangue.

A descoberta pode levar a novos medicamentos para ajudar a prevenir doenças cardiovasculares, sugere o biólogo Lynn Hedrick do Instituto La Jolla para Alergia e Imunologia em San Diego, Califórnia. “Eu acho que isso nos dá uma dica muito direta que o receptor ?3 é importante na regulação da resposta induzida pelo estresse pela medula óssea”, diz Hedrick. “Se conseguirmos desenvolver uma droga que tem como alvo o receptor, isso pode ser clinicamente relevante.”

Imediatamente as novas observações sugerem uma maneira de os clínicos fazerem uma triagem de pacientes com risco de aterosclerose, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

 

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