Crianças formam hábitos alimentares nos primeiros anos de vida

Veja como o risco de obesidade aumenta com hábitos ruins na primeira infância.

A obesidade e o excesso de peso têm crescido no Brasil. Segundo dados do Vigitel 2013, levantamento do Ministério da Saúde realizado anualmente sobre hábitos alimentares e estilos de vida, o excesso de peso atinge 50,8% da população, sendo 17,5% de obesos.Para evitar que se tornem adultos obesos ou com excesso de peso, os pais devem ficar alerta e combater a obesidade infantil, principalmente nos primeiros anos de vida. A publicação do Ministério da Saúde ‘Dez Passos para uma Alimentação Saudável’ recomenda que os pais evitem dar às crianças de até dois anos alimentos industrializados, enlatados, embutidos e frituras, com gordura e sal em excesso, aditivos e conservantes artificiais.

A família deve ser orientada para não oferecer doces, sorvetes e refrigerantes para a criança pequena. “Os hábitos alimentares são formados nos primeiros anos de vida. Então, é importante que as crianças não recebam esses alimentos antes dos dois anos de idade. O consumo desses alimentos faz com que as crianças se desinteressem pelos alimentos saudáveis, como frutas e verduras e formem os hábitos não saudáveis que podem se perdurar na idade escolar e na adolescência.”, comenta Patrícia Jaime, do Ministério da Saúde.

A obesidade deve ser combatida porque ela é um forte fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Pessoas obesas têm mais chance de sofrer infarto, AVC, trombose, embolia e arteriosclerose, além de problemas ortopédicos, apneia do sono e alguns tipos de câncer.

O casal Zara Fernanda e Marcus Medeiros Lima encara a obesidade como uma doença séria e, por serem obesos, querem evitar que a filha, Maria Clara, de 11 anos, cresça e se torne uma adulta obesa. Por isso procuraram ajuda no Hospital da Criança de Brasília (HCB) e participam de um grupo que discute estratégias e formas de manter uma alimentação saudável.

“Cortamos fast-food, diminuímos o açúcar e o óleo. Procuramos fazer três refeições por dia com um lanche entre elas”, explica Marcus Medeiros. Ele cita a correria do dia a dia e as propagandas de comidas na TV como dificuldades para controlar a alimentação. “Fazemos um esforço danado e todo dia aparece um bombardeio de coisa na TV. E ela não pensa que isso vai fazer mal no futuro dela, ela só quer saber que vai ser bom no momento. Se depender da criança ela só come doce e besteiras o dia todo”, exemplifica.

Para orientar pais e crianças no combate ao excesso de peso, a psicóloga e coordenadora do grupo de combate à obesidade infantil do Hospital da Criança de Brasília, Priscila Dias, recomenda atividades físicas três vezes por semana e que não coloquem as crianças para comer à frente da TV. “Quando se está na frente da TV a criança não percebe o que come, e não percebe a quantidade que está comendo. Então tentamos desconstruir isso”, explica Priscila.

Ela conta que os profissionais do hospital não trabalham com dietas ou mesmo com proibição de alimentos, mas sim em construir uma alimentação saudável. “Ensinamos algumas estratégias para a criança aprender a lidar com a comida. A família tem que estar presente no tratamento. Se a alimentação não está boa é reflexo da família. Por isso, tem que mudar a alimentação da família toda”, sugere Priscila.

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