Se quisermos combater algo, é essencial conhecê-lo bem. Senão, estamos sujeitos a cometer erros e lutar em frentes de batalha que não resultarão em vitórias.

A metáfora militar acima tem tudo a ver, também, com a guerra contra a obesidade. Um grupo de especialistas do mundo inteiro se reuniu e publicou, em meados de 2014, um trabalho científico no qual defende uma reeducação total sobre como combater a obesidade de maneira mais eficiente.

Segundo eles, os mitos e inverdades no imaginário popular sobre o que é a obesidade e o que fazer para perder peso são tão fortes hoje em dia que geram desperdício de recursos, criação de políticas públicas erradas e – acima de tudo – acabam não ajudando quem mais precisa.

Por isso, os pesquisadores revisaram a literatura científica sobre obesidade e sobrepeso e classificaram como “mitos” coisas que muita gente acredita, porém que não possuem nenhum respaldo científico, e como “suposições” as informações que ainda não se tem certeza quanto à sua veracidade.

mitos da obesidade

 

QUAIS SÃO OS OITO MITOS DA OBESIDADE?

De acordo com o trabalho, publicado na revista Critical Reviews in Food Science and Nutrition, existem oito mentiras amplamente divulgadas sobre a obesidade.

Os especialistas são categóricos: em relação a elas, o melhor a se fazer é abandoná-las e seguir a vida sem elas.

Vamos aos mitos!

[quote_right]Quantos destes mitos você também achava que eram verdade?[/quote_right]
  1. É melhor perder peso aos poucos, porque quem perde peso rápido, ganha peso rápido.
  2. As metas de perda de peso devem ser realistas e alcançáveis, senão a pessoa perde a motivação e se sente frustrada com a dieta.
  3. Aulas de educação física são importantes na prevenção da obesidade infantil.
  4. O aleitamento materno é uma medida que protege o bebê contra a obesidade e sobrepeso.
  5. Se você se pesar todos os dias, a dieta não funciona tão bem.
  6. Os nossos genes não têm papel nenhum na atual epidemia de obesidade.
  7. Estudar engorda! O primeiro ano de faculdade é associado a um ganho de aproximadamente 7kg.
  8. Locais onde é difícil encontrar comidas saudáveis por um preço baixo (os chamados “desertos alimentares”) levam a maior incidência de obesidade.

Todas as afirmações acima são falsas porque, além de nunca terem sido provadas cientificamente, já existem pesquisas que mostram que, na verdade, o contrário do que elas pregam é o verdadeiro.

 

AS SUPOSIÇÕES (QUE NINGUÉM SABE AINDA SE SÃO VERDADE!) SOBRE A OBESIDADE

A seguir está a lista de 10 informações comumente divulgadas sobre a obesidade, porém que ainda não se sabe com certeza se são falsas ou verdadeiras.

“Nós precisamos gerar evidências nas áreas em que há falta delas. Para muitas das crenças apresentadas, testes controlados não seriam custosos nem difíceis de fazer, mas eles ainda não foram feitos”, disse Krista Casazza, uma das autoras do trabalho.

educacao fisica obesidade infantil
Não é que as aulas de educação físicas não sirvam para nada;
e que, da maneira como são dadas, elas não diminuem nem um pouco o ritmo do avanço da obesidade infantil.
  1. Ter a hábito de tomar café da manhã todos os dias protege contra a obesidade.
  2. Comer à noite, antes de dormir, faz engordar.
  3. Independentemente de qualquer outra mudança no comportamento, comer mais frutas e verduras leva à perda de peso.
  4. Viver num ritmo “emagrece-engorda-emagrece” aumenta a mortalidade.
  5. Petiscar contribui para o ganho de peso e a obesidade.
  6. Morar próximo a locais com áreas verdes e que permitam exercícios influencia nas taxas de obesidade.
  7. Diminuir o tempo que as crianças passam na frente da TV/computador/videogame/internet deixa-as mais magras.
  8. Se você diminuir a quantidade de comida dada a uma pessoa sem ela saber (como por exemplo oferecer pratos menores nos restaurantes), ela se sentirá tão satisfeita quanto com o prato normal e, assim, emagrecerá.
  9. Comer em família reduz a obesidade.
  10. Tomar bastante água ajuda a emagrecer.

“A obesidade é um assunto no qual várias opiniões são mantidas com convicção, mesmo na ausência de evidências científicas que as confirmem, e muitas opiniões são mantidas mesmo quando há evidências dizendo o contrário”, explicou o dr. David Allison, também autor do trabalho.

“Felizmente, tanto o método científico quanto o pensamento lógico estão aí para detectar as crenças erradas, contra-atacar vieses e aumentar o conhecimento”, completou o pesquisador. “Nós precisamos ser honestos com o público sobre o que sabemos e o que não sabemos enquanto avaliamos as estratégias propostas para estimular a perda de peso e prevenir a obesidade”.

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