Dê uma olhada no prato de comida acima. O que você vê?
Aparentemente, há um pouquinho de purê ou maionese no canto superior esquerdo, uns nuggets (ou cenourinhas?) cortados e dois pedaços de frango com molho, não é mesmo?
Pois bem, a surpresa é que tudo isto foi “impresso”! Nada do que está no prato é comida “de verdade”; tudo foi criado a partir de uma impressora 3D de alimentos!
A novidade é fruto das inovações de uma empresa alemã, chamada Biozoon. O objetivo da empresa não é aposentar os chefes de cozinha e trocá-los pela impressão futurista de comida – mesmo porque a aparência destes alimentos nem se compara com os alimentos “reais”, convenhamos… A idéia da Biozoon é criar comidas de alto valor nutritivo, com textura agradável ao paladar e que possam ser facilmente ingeridas. O público-alvo são velhinhos, que geralmente possuem problemas em mastigar alimentos mais consistentes ou então apresentam dificuldades em engolir.

A comida criada na impressora 3D é muito mais molinha que os alimentos tradicionais, o que facilita a aceitação pelas pessoas de mais idade. Além disso, por ter um aspecto parecido com a comida “de verdade”, ela se torna mais atrativa que os atuais alimentos processados feitos para a terceira idade.
COMO FUNCIONA A MODERNA “IMPRESSORA DE ALIMENTOS”
A impressora 3D de alimentos funciona de uma maneira bastante interessante. Ela possui, ao invés dos jatos de tinta, 48 bocais que expelem diferentes tipos de purês nutritivos, cada um com um sabor diferente. Os purês são produzidos a partir de ingredientes frescos e possuem sabores como frango, massa, batata, carne de porco, ervilhas e aspargos.
Estes purês são moldados em qualquer formato desejado ao serem misturados com uma substância parecida com uma gelatina, que serve como “base” para manter as formas. A Biozoon não revela exatamente qual substância é essa, mas supõe-se que seja um extrato natural feito a partir de plantas. A substância mantém a forma dos alimentos mas, ao ser colocada na boca, torna-os extremamente macios, o que facilita a mastigação e a deglutição.

“A impressora é controlada por um programa de computador que pode ser editado para [criar] praticamente qualquer formato. O material utilizado na impressão já vai dar o sabor aos alimentos, uma vez que é feito de purê temperado, e é combinado com um novíssimo sistema de texturização, o qual é impresso direto no prato”, explicou Sandra Forstner, gerente de projetos da Biozoon em entrevista ao blog culinário Munchies.
QUAL O MOTIVO DE “IMPRIMIR” COMIDA?
A impressora de alimentos é uma idéia que faz sentido econômico. Alimentos especiais, pensados para velhinhos e outras pessoas com dificuldades em mastigar e deglutir, já existem, mas no geral são massas molengas e pouco apetitosas. Os alimentos texturizados, que imitam as “comidas de verdade”, custam muito caro e demoram bastante para serem produzidos, exigindo preparo manual e individual de cada prato. Para acelerar este processo, o uso de uma impressora rápida e que garante forma, gosto e textura, é uma inovação valorosa.
A novidade já está sendo testada em casas de repouso na Europa. Sabendo que a população de idosos em todo o mundo aumenta em ritmo acelerado, é possível que os alimentos “impressos”, muito mais do que uma simples moda ou excentricidade, se tornem o padrão alimentar no futuro próximo para uma boa parcela da população de mais idade.