Se você adora comer carne, seja em grandes quantidades ou só de vez em quando, pare por um momento e se pergunte: será que eu toparia seguir uma dieta totalmente vegetariana por algumas semanas?
Cada vez mais pessoas respondem com um “sim” à pergunta acima. O número de vegetarianos, veganos e de quem come apenas vegetais durante períodos de regime tem crescido em todo o mundo, em especial entre os mais jovens.
Motivos para isto não faltam. A atual epidemia de obesidade e sobrepeso – a qual acarreta uma série de doenças perigosas para a saúde, como diabetes tipo 2 e aterosclerose – assusta a população.
Campanhas educativas têm insistido na idéia de que devemos comer menos alimentos industrializados, porções menores e mais produtos naturais. E, além disso, há ainda a motivação sustentável, que vê no consumo de carne um incentivo ao mau uso do meio ambiente.
Estes fatores têm surtido efeito na maneira como a população se alimenta. De acordo com a pesquisa Mintel publicada em janeiro deste ano, 13% dos adultos entre 20-30 anos se considera vegetariano ou vegano nos EUA. É quase o dobro do índice entre a população no geral.
Frente a esta nova realidade, a indústria alimentícia teve de se adaptar. Nos Estados Unidos, a novidade da vez é transformar os alimentos processados – geralmente associados a quantidades menores de nutrientes, muito sódio e muitas gorduras – em opções vegetarianas.
EXEMPLOS DE NOVIDADES VEGETARIANAS NO MERCADO INTERNACIONAL
Até mesmo o mercado de salgadinhos e de aperitivos já conta com variedades para os vegetarianos.
A marca Nate lançou uma almôndega vegetariana, sob a marca “Mediterranean Bites” – uma alusão à Dieta do Mediterrâneo, comprovadamente eficaz na melhora da saúde cardiovascular e perda de peso. Ao invés de carne, o produto tem a couve como ingrediente principal.
Outro exemplo são as “salsichas sem carne” da marca Lightlife. O formato e a consistência lembram as salsichas tradicionais, porém, por serem feitas de proteínas vegetais, não levarem nada de material animal e serem temperadas com maçãs orgânicas, têm um sabor bastante diferenciado.
Até as papinhas de bebê entraram na onda saudável. A marca Sprouts anunciou uma comidinha contendo apenas vegetais, cultivados sem agrotóxicos e sob rígido controle de qualidade.
Lançados este ano, estes novos produtos serão um bom teste para determinar a maturidade do mercado de produtos vegetarianos – ainda incipiente, mas com enorme potencial para crescer.
CRIANÇAS TAMBÉM PODEM CURTIR OS VEGETAIS
Ainda sobre o tema “alimentação verde”, uma pesquisa publicada na semana passada no periódico científico Acta Paediatrica mostra uma estratégia interessante e simples para convencer a meninada a ingerir mais vegetais.
Segundo o artigo, escrito por cientistas da Universidade de Ohio, nos EUA, o segredo para aumentar o consumo de saladas e vegetais é fazer as crianças sujarem as mãos e ajudarem a plantar os alimentos.
Os pesquisadores acompanharam mais de 370 alunos do Ensino Médio em escolas de Nova Iorque. As instituições adotaram programas de criação de pequenas hortas, cuidadas pelos alunos. Nos dias em que os vegetais que cresceram na própria escola foram utilizados na preparação de pratos, o consumo de saladas subiu até 10%.
“Nós estamos esperançosos com esta pesquisa. A primeira dificuldade na hora de incentivar o consumo de vegetais é simplesmente convencer as crianças a colocá-los no prato”, disse Drew Hanks, co-autor do estudo.
Seja através de produtos recheados de marketing, seja através do estímulo ao plantio dos alimentos, o fato é que a alimentação vegetariana tem tudo para ser um sucesso nos próximos anos.