Para quem já seguiu várias dietas e ainda assim não consegue emagrecer, uma novidade promete facilitar bastante a busca por um corpo enxuto. Que tal “enganar” o organismo, fazendo-o pensar que você acabou de comer uma farta refeição, quando na verdade você tomou apenas uma pequena pílula?
Além de não sentir mais fome, seu corpo ainda por cima acionaria mecanismos que ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue e a queimar gordurinhas.
Parece bom demais, não é mesmo? Mas é exatamente isto que uma recente pesquisa científica sugere.
ENGANANDO O CORPO
[quote_left]Tomar a pílula é como comer uma grande refeição, mas sem adicionar nenhuma caloria ao organismo.[/quote_left]Cientistas do Laboratório de Expressão Gênica Salk, nos EUA, publicaram na última edição do respeitadíssimo periódico Nature Medicine os resultados dos seus trabalhos com a “pílula mágica” do emagrecimento.
Ao longo dos últimos anos, grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas de todo o mundo têm buscado controlar a atividade de uma proteína chamada FXR, responsável por “preparar” o corpo para processar os alimentos de uma refeição, atuando em diversos órgãos e tecidos. Até então, o que haviam conseguido era criar uma pílula ativadora da FXR e que se dissolvia no estômago, sendo liberada por toda a corrente sangüínea. Com isso, os mecanismos moleculares relacionados à FXR eram ativados no corpo todo, ao mesmo tempo. E os resultados não eram bons em relação à perda de peso.
“Quando você se alimenta, seu corpo inicia um processo de quebra deste alimento. O que nós fizemos foi descobrir como imitar esse processo…mas sem a parte da ingestão de comida”, contou Michael Downes, um dos autores do estudo.
A grande novidade do grupo de pesquisas norte-americano é ter conseguido controlar a ativação da proteína FXR através de uma pílula que se dissolve apenas nos intestinos. Com isto, o corpo “pensa” que acabou de receber uma farta refeição e se preparara, da maneira correta, para processá-la.
MELHORAS NO PESO, COLESTEROL, NA GLICEMIA…
Em testes com camundongos obesos, a pílula, chamada de fexaramina, bloqueou o ganho de peso, diminuiu os níveis de colesterol ruim no sangue, controlou as taxas de açúcar (glicemia) e, ainda por cima, reduziu os níveis de inflamação nos animaizinhos.
[quote_right]Testes em camundongos foram positivos no combate à obesidade e diabetes. Falta, agora, testar em humanos.[/quote_right]Além de tudo isso, a pílula também estimulou a substituição da gordura branca (que é a gordura acumulada no tecido adiposo) pela gordura marrom, mais saudável e pronta para ser queimada pelo corpo.
“Esta pílula é como uma refeição de mentirinha”, explicou Ronald Evans, diretor do Laboratório Salk. “Ela envia ao corpo os mesmos sinais que normalmente ocorrem quando você come um monte de comida, então o corpo começa a liberar espaço para armazená-la. Mas não há calorias nem mudança no apetite”.
Animados, os cientistas já preparam testes em humanos com a fexaramina. A esperança é que, já que ela não cai na corrente sangüínea, seja muito mais saudável para seres humanos. A fexaramina deve ser testada para combater a obesidade e demais doenças metabólicas, e deverá ser utilizada em conjunto com dietas e mudanças nos hábitos de vida para que tenha efeito máximo.