A obesidade é uma epidemia mundial, de proporções gigantescas. Talvez não haja país em que a doença seja tão aparente como nos Estados Unidos, o mais “gordo” do mundo. Atualmente, 35% da população é obesa, o que representa quase 80 milhões de pessoas. Como combater o excesso de peso, um fator de risco para uma série de perigosos problemas de saúde, como diabetes tipo 2 e hipertensão?
Uma estratégia adotada nos últimos anos é colocar o Estado como “babá” da população. Leis que limitam a quantidade de açúcares e gorduras em pratos de restaurantes e produtos industrializados, ou que impeçam estabelecimentos de vender refrigerantes “extra grande”, são alguns exemplos de ação de políticos neste sentido.
Este tipo de atitude paternalista da classe política, apesar de estar se tornando cada vez mais freqüente, ainda encontra muita resistência na população. Além disso, as legislações são duramente combatidas pelas indústrias alimentícias. Mas isto não quer dizer que elas não estejam fazendo nada na tentativa de barrar o avanço da obesidade.
O QUE COCA E PEPSI VÃO FAZER PARA COMBATER A OBESIDADE
Em um evento na Clinton Global Initiative que ocorreu ontem, 23 de setembro, as três gigantes dos refrigerantes nos EUA – Coca Cola, Pepsi e Dr. Pepper – anunciaram medidas que visam a diminuir a quantidade de açúcares ingeridos pela população.
A meta é que, em 10 anos, haja uma redução de 20% na quantidade de calorias vindas deste tipo de bebidas.
Dentre as estratégias anunciadas estão campanhas educativas na televisão, ensinando aos jovens sobre a importância de equilibrar o consumo de refrigerantes com a prática freqüente de exercícios físicos. Elas serão transmitidas especialmente em localidades em que o consumo de refrigerantes light e diet é menor.
Além disso, novos sabores para as águas gaseificadas vendidas por estas marcas (como Aquarius e H2OH) serão lançados nos próximos anos, incentivando o consumo de bebidas menos açúcaradas.
As empresas divulgaram, também, que investirão na venda de porções menores dos refrigerantes (foto), como latinhas e pequenas garrafas.
AS RAZÕES ECONÔMICAS
As estratégias das empresas alimentícias são uma resposta a uma mudança na preferência dos consumidores. Na última década, as vendas de refrigerantes convencionais caíram consideravelmente em todo mundo, acompanhadas por um aumento no consumo de chás e bebidas menos calóricas. Pesquisa da revista Beverage Digest revelou que, só nos EUA, a quantidade de calorias consumidas vindas de refrigerante caiu 12% entre 2000 e 2013.