Entenda como os alimentos podem ser aliados no processo quimioterápico.
Adequar as orientações alimentares à rotina diária do paciente com câncer e não transformá-la de maneira radical é um dos principais fatores da terapia nutricional empreendida junto à pacientes em tratamento quimioterápico e/ou medicamentoso. Quem explica é a nutricionista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) Debora La Regina.
Segundo Debora cada pessoa é única e traz consigo uma bagagem consolidada de hábitos alimentares que devem ser levados em consideração durante o período do tratamento oncológico. O primeiro passo consiste em ouvir tudo o que o paciente tem a falar para então sugerir o meio mais apropriado de conduzir a terapia nutricional. “Buscamos aconselhar os pacientes quanto a ingestão de alimentos neste período, mostrando que a nutrição pode ser um fator agregador à qualidade de vida”, explica.
Em caso de náusea, efeito colateral comum durante a quimioterapia, os pacientes podem lançar mão de gelo ou picolé de frutas e gengibre para aliviar o sintoma. Informações simples podem ser essenciais ao paciente para auxiliar no manejo desse e de outros efeitos colaterais como anorexia, obstipação, mucosite, diarreia e neutropenia.
“Temos como objetivo auxiliar os pacientes a garantirem qualidade de vida no enfrentamento ao câncer em todas as frentes de cuidados. A terapia nutricional é uma delas”, relata Cynthia Yamamoto, coordenadora da equipe multiprofissional do CPO, que é composta além dos nutricionistas, por enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos clínicos e reflexologista.
Debora explica que em casos nos quais os pacientes já possuem algum risco nutricional ou apresentam dificuldades que impactam na ingestão normal de alimentos, o nutricionista deverá introduzir uma dieta direcionada, conforme cada situação, para equilibrar o organismo.
Entretanto, as instruções vão além de evitar a ingestão de alimentos gordurosos, processados ou condimentados. Ainda segundo a nutricionista, apesar de as orientações gerais serem importantes, é fundamental para o tratamento quebrar alguns mitos que permeiam a mente dos pacientes. Entre os mais comuns estão o corte do leite – porque faz mal para o câncer e, de doces – porque o açúcar alimenta tumor. “Também há uma crença de que uma dieta superprotéica é benéfica quando, na verdade, a proteína é um nutriente facilmente consumido dentro de uma alimentação equilibrada”, esclarece.
Por isso Debora relata que a equipe evita focar no potencial de um alimento específico, mas sim, busca estimular a manutenção da dieta cotidiana e a ampliação para um cardápio variado, se necessário. “É comum pacientes que terem pré-conceitos sobre alimentação. Muitos ouviram, por exemplo, que o brócolis tem propriedades benéficas e exageram na dose, o que poderá gerar um efeito contrário ao esperado. É preciso ouvir um especialista para que juntos se encontre a medida certa para cada um”.
Sobre o CPO – Cuidar de maneira integral e individualizada de pacientes oncológicos com excelência, humanismo e ética. Esta é a missão do Centro Paulista de Oncologia (CPO). Formado por uma equipe multiprofissional o corpo clínico do CPO é constituído por oncologistas; profissionais de farmácia clínica (perfil assistencial – controle de adesão ao tratamento) e o farmacêutico de manipulação (dispensação e dosagem personalizada de medicamentos). Atualmente o corpo clínico do CPO é composto por 23 médicos, sendo os cinco os sócios citados abaixo e mais 18 médicos associados e assistentes. www.cpo.com.br