[dropcap]Quase metade dos brasileiros são sedentários. Mais de um quarto assiste pelo menos três horas de televisão todos os dias. Uma em cada cinco pessoas sofre de hipertensão e mais de 18 milhões tem o colesterol alto.

Esses foram alguns dos resultados da primeira Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde. A pesquisa avaliou, entre outros aspectos, o sedentarismo, o consumo de álcool e cigarro e as principais doenças crônicas não transmissíveis na população brasileira.

Para isso, foram visitadas cerca de 80 mil casas em 1600 cidades do país ao longo do segundo semestre de 2013. Foram consultados apenas adultos, ou seja, quem tem 18 anos ou mais de idade – para se ter uma noção, estima-se que o Brasil tenha 146,3 milhões de adultos.

Veja, abaixo, os principais resultados.

 

Um dos destaques da pesquisa foi o resultado relacionado ao sedentarismo. De acordo com o IBGE, 46% dos brasileiros, quase metade da população adulta, são insuficientemente ativos. Esse número é maior entre as mulheres – mais da metade delas é sedentária (51,5%). Entre os homens, o índice ficou em 39,8%. Por estado, Rondônia apresentou o maior número de pessoas pouco ativas, com 57,3%, e Minas Gerais o menor, com 41%. Outro fator interessante analisado e que pode contribuir para o sedentarismo foi a quantidade de pessoas que passam pelo menos 3 horas por dia vendo televisão: 28,9%. Novamente, as mulheres tiveram o maior índice: 31,9% contra 25,5% dos homens. Entre os estados, o Rio de Janeiro liderou o ranking, com 40,4%. Maranhão e Mato Grosso tiveram apenas 20%.    

 

Os hábitos alimentares dos brasileiros também foram levados em consideração pela pesquisa. As guloseimas, alimentos doces, são consumidos de maneira regular por 21,7% da população. Entre os estados, houve uma grande diferença entre o primeiro e o último colocado: Santa Catarina teve um índice de 31%, enquanto o Pará de apenas 8,5%. Além disso, quase um em cada quatro adultos bebe refrigerantes com frequência – o número é de 23,4%. Os homens bebem mais que as mulheres, com 26,6% contra 20,5%. O estado que teve o menor número para esse índice foi o Rio Grande do Norte, com 10,9%. Já o Amapá teve o maior, com 31,3%.   

A pesquisa também estimou o consumo de álcool e de cigarro pelos brasileiros.

Aproximadamente 24% dos adultos ingere bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por semana, e 26,5% uma vez por mês. Entre os homens, a frequência desse hábito foi quase três vezes maior do que entre as mulheres: 36,3% para os homens e 13% para as mulheres.

A idade em que as pessoas começam a consumir álcool também foi alvo da pesquisa. Os homens começam a beber mais cedo, em média aos 17,9 anos. Já as mulheres começam, em média, aos 20,6 anos.

Quanto aos cigarros, a pesquisa verificou que 14,5% dos adultos são fumantes, sendo 18,7% dos homens e 10,8% das mulheres. O estado com a menor quantidade de fumantes foi o Distrito Federal, com 10,6%. O estado com maior quantidade de fumantes foi o Acre, com 18,6%. 

 

DOENÇAS

Por último, a pesquisa verificou quantas pessoas no país são afetadas pelas principais doenças crônicas que não podem ser transmitidas. Essas doenças, que incluem condições cardiovasculares, câncer e diabetes, são responsáveis por mais de 70% das mortes no país. Veja abaixo alguns dos números:

 

DIABETES

  • No Brasil: 6,2% – 9,1 milhões de pessoas
  • Homens: 5,4%
  • Mulheres: 7%

A pesquisa ainda constatou que quanto maior a idade, maior a prevalência do diabetes: 0,6% das pessoas entre 18 e 29 anos sofrem da doença; esse número cresce para cerca de 20% em quem tem 75 anos ou mais.

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HIPERTENSÃO

  • No Brasil: 21,4% – 31,3 milhões de pessoas
  • Homens: 18,3%
  • Mulheres: 24,2%

Assim como o diabetes, a prevalência de hipertensão aumenta com a idade: ela foi de 2,8% em pessoas entre 18 e 29 anos de idade e 55% em quem tinha 75 anos ou mais.

 

COLESTEROL ALTO

  • No Brasil: 12,5% – 18,4 milhões de pessoas
  • Homens: 9,7%
  • Mulheres: 15,1%

 

DOENÇAS DO CORAÇÃO

  • No Brasil: 4,2% – 6,1 milhões de pessoas
  • Homens: 3,9%
  • Mulheres: 4,4%
ASMA OU BRONQUITE ASMÁTICA

  • No Brasil: 4,4% – 6,4 milhões de pessoas
  • Homens: 3,6%
  • Mulheres:5,1%

 

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) OU DERRAME

  • No Brasil: 1,5% – 2,2 milhões de pessoas
  • Homens: 1,6%
  • Mulheres: 1,4%

 

PROBLEMA CRÔNICO NA COLUNA

  • No Brasil: 18,5% – 27 milhões de pessoas
  • Homens: 15,5%
  • Mulheres: 21,1%

 

DEPRESSÃO

  • No Brasil: 7,6% – 11,2 milhões de pessoas
  • Homens: 3,9%
  • Mulheres: 10,9%

 

CÂNCER

  • No Brasil: 1,8% – 2,7 milhões de pessoas
  • Homens: 1,6%
  • Mulheres: 2%

Os quatro tipos mais frequentes de câncer foram o de mama (39,1% das mulheres), o de pele (16,2% dos adultos), o de próstata (36,9% dos homens) e o de colo de útero (11,8% das mulheres).

2 COMENTÁRIOS

  1. Mas é claro!
    quão barata, prática e de fácil acesso é a alimentação ruim? pq não sobre-taxam os alimentos de baixa qualidade nutricional (as porcarias)?
    Qual a facilidade de um obeso, sedentário, tem em encontrar roupas p sair de casa? que dirá p fazer exercícios, sem se submeter a uma vergonha sobre-humana
    E a total falta de estímulo e sensibilidade das academias e educadores físicos em abraçar a causa e não só ficar dizendo “qual a sua desculpa?”, inibindo cada vez mais as pessoas que só se afundam na gordura p fugir desse mundo cruel onde ninguém ajuda ninguém de verdade!
    Obesidade é doença que se espalha por todo corpo e mente da pessoa.
    Falta atenção real para esse “setor” da sociedade, esse estorvo que somos.

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